
Um RPG ambicioso no discurso, tímido na execução. Testamos Z-A e explicamos por que seu brilho se apaga antes do fim.
<p>Eu queria acreditar. De verdade. Aquela esperança quase infantil de que, dessa vez, a Game Freak ia acertar. Que Lumiose City, de alguma forma, fosse o “renascimento” que os trailers prometeram e o suspiro depois de anos de remakes mornos e bugs cômicos. </p>
<p>E nos primeiros minutos, eu até comprei a fantasia. Os menus piscando, a trilha com um toque de jazz francês, os visuais novos das Mega Evoluções… parecia que agora ia. Parecia.</p>
<p>Logo percebi que o jogo inteiro era feito de “parece”. Parece um mundo aberto, mas é uma rua com grades invisíveis. Parece liberdade, mas tudo tem tutorial. Parece novo, mas é a mesma equação velha pintada de neon.</p>
<p>O pior é que eu não odiei de cara. Pelo contrário, foi aquele tipo de decepção que vem devagar, quase sutil. No diálogo sem voz, na porta que não abre, a cada batalha que se repete como déjà vu, eu sentia o encanto inicial desbotando. Até que sobrou só o esqueleto de uma ideia boa, cercado por menus, pop-ins e ilusões não cumpridas.</p>
<p><a href="https://www.adrenaline.com.br/produto/games/pokemon-legends-z-a/">Pokémon Legends: Z-A</a> é um jogo que não erra sem querer. Ele erra por preguiça e pela certeza de que a gente vai comprar mesmo assim. E isso no fundo é muito triste.</p>
<figure class="wp-block-embed is-type-video is-provider-youtube wp-block-embed-youtube wp-embed-aspect-16-9 wp-has-aspect-ratio"><div class="wp-block-embed__wrapper">
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<h2 class="wp-block-heading" id="h-a-ilusao-de-grandeza">A ilusão de grandeza</h2>
<p>O jogo começa te convencendo de que algo grande vai acontecer. A câmera passeia por Lumiose como se quisesse te mostrar uma metrópole viva, pulsante, o “coração do mundo Pokémon”, segundo a narração muda. </p>
<div class="wp-block-seox-sideline-featured-text-block alignright"><div class="rich-text-content"><h2>Lumiose é linda de longe e vazia de perto</h2></div></div>
<p>Só que bastam cinco minutos pra entender que esse coração não bate: ele reincide animações, recicla NPCs e te proíbe de entrar nos lugares mais interessantes. É uma cidade de papelão, bonita de longe e oca por dentro.</p>
<p>Eu lembro da sensação: andei pela primeira vez pela avenida principal, empolgado, achando que tinha um mundo inteiro à frente. E aí, <em>pum</em>: uma pedra nada a ver no meio do caminho. O jogo simplesmente decidiu que não era hora de ir por ali. “Não agora”, diz uma voz constante do jogo.</p>
<figure class="wp-block-image size-large"><img decoding="async" width="1200" height="843" src="https://www.adrenaline.com.br/wp-content/uploads/2025/11/lumiose-map-2x-1200x843.webp" alt="" class="wp-image-633755" srcset="https://www.adrenaline.com.br/wp-content/uploads/2025/11/lumiose-map-2x-1200x843.webp 1200w, https://www.adrenaline.com.br/wp-content/uploads/2025/11/lumiose-map-2x-640x450.webp 640w, https://www.adrenaline.com.br/wp-content/uploads/2025/11/lumiose-map-2x-768x540.webp 768w, https://www.adrenaline.com.br/wp-content/uploads/2025/11/lumiose-map-2x-1536x1080.webp 1536w, https://www.adrenaline.com.br/wp-content/uploads/2025/11/lumiose-map-2x-2048x1440.webp 2048w, https://www.adrenaline.com.br/wp-content/uploads/2025/11/lumiose-map-2x-150x105.webp 150w" sizes="(max-width: 1200px) 100vw, 1200px" /><figcaption class="wp-element-caption">Divulgação/Game Freak</figcaption></figure>
<p>A verdade é que <a href="https://www.adrenaline.com.br/produto/games/pokemon-legends-z-a/">Pokémon Legends Z-A</a> não quer te deixar explorar. Ele quer te conduzir. E faz isso com um sorriso falso, como um guia turístico que te proíbe de tirar fotos. Toda esquina parece prometer algo — um beco misterioso, uma placa com história —, mas nada realmente existe. É cenário. É textura. É uma cidade feita para ser olhada e admirada, mas não vivida.</p>
<p>A Game Freak chama isso de inovação. O que eu senti foi o contrário: um jogo que não confia em mim, que teme o que posso descobrir se sair do script. Toda vez que eu me defrontava como o “não pode ir por aí”, eu lembrava de quantos mundos de verdade já habitei em jogos menores, feitos por estúdios com um décimo do orçamento.</p>
<p>Lumiose sempre foi o espelho digital de Paris, e em <em>Z-A</em> essa ideia volta mais explícita do que nunca. As avenidas largas, os cafés, as fachadas iluminadas — tudo remete à promessa de uma cidade viva, romântica, caótica.</p>
<p>O jogo recria a capital francesa com a elegância de um cartão-postal e a interatividade de um museu fechado. Lumiose é uma maquete: grandiosa na dimensão, mínima no toque. É o primeiro grande truque de Z-A, te vender escala, entregar claustrofobia.</p>
<figure class="wp-block-image size-large"><img decoding="async" width="1200" height="608" src="https://www.adrenaline.com.br/wp-content/uploads/2025/11/bg-your-character-xxl-2x-1200x608.jpg" alt="" class="wp-image-633756" srcset="https://www.adrenaline.com.br/wp-content/uploads/2025/11/bg-your-character-xxl-2x-1200x608.jpg 1200w, https://www.adrenaline.com.br/wp-content/uploads/2025/11/bg-your-character-xxl-2x-640x324.jpg 640w, https://www.adrenaline.com.br/wp-content/uploads/2025/11/bg-your-character-xxl-2x-768x389.jpg 768w, https://www.adrenaline.com.br/wp-content/uploads/2025/11/bg-your-character-xxl-2x-1536x778.jpg 1536w, https://www.adrenaline.com.br/wp-content/uploads/2025/11/bg-your-character-xxl-2x-2048x1038.jpg 2048w, https://www.adrenaline.com.br/wp-content/uploads/2025/11/bg-your-character-xxl-2x-150x76.jpg 150w" sizes="(max-width: 1200px) 100vw, 1200px" /><figcaption class="wp-element-caption">Divulgação/Game Freak</figcaption></figure>
<h2 class="wp-block-heading">O trabalho de repetir</h2>
<p>Em algum ponto entre a quinta “sidequest” idêntica e o enésimo diálogo que parece escrito por um estagiário em piloto automático, eu percebi que o jogo não queria que eu jogasse, só que eu preenchesse planilhas invisíveis. </p>
<p>Tudo em <a href="https://www.adrenaline.com.br/produto/games/pokemon-legends-z-a/">Legends Z-A</a> é uma checklist disfarçada de aventura: caminhe até ali, veja uma cutscene, derrote alguém que repete as mesmas falas, receba um item inútil.</p>
<p>A rotina é o verdadeiro inimigo do jogo. As missões prometem algo como um personagem novo, uma situação diferente e te entrega o mesmo molde com outra roupa. Você não caça Pokémon; você repete um protocolo.</p>
<figure class="wp-block-image size-full is-resized"><img decoding="async" width="640" height="360" src="https://www.adrenaline.com.br/wp-content/uploads/2025/11/mainmissions.jpg" alt="" class="wp-image-633757" style="width:840px;height:auto" srcset="https://www.adrenaline.com.br/wp-content/uploads/2025/11/mainmissions.jpg 640w, https://www.adrenaline.com.br/wp-content/uploads/2025/11/mainmissions-150x84.jpg 150w" sizes="(max-width: 640px) 100vw, 640px" /><figcaption class="wp-element-caption">Divulgação/Game Freak</figcaption></figure>
<p>Nem o sistema de progressão disfarça: o jogo te dá dinheiro, TMs e frutas como se fosse recompensa, mas é esmola. É o tipo de gratificação que parece feita pra te lembrar o quanto tempo você perdeu.</p>
<blockquote class="wp-block-quote is-layout-flow wp-block-quote-is-layout-flow">
<p>É um RPG onde o verbo principal é obedecer</p>
</blockquote>
<p>O pior é que há uma sensação genuína de déjà-vu. como se o jogo tivesse consciência de estar se copiando. Ele te faz seguir Pokémon três vezes na mesma missão, te coloca pra lutar contra NPCs com os mesmos Clefairy e te parabeniza como se fosse algo épico. É tudo automático, sem intenção, sem alma.</p>
<p>E, no meio disso, o jogo ainda tenta ser engraçado. As piadas internas e o humor autorreferencial soam como desculpas pra falta de criatividade. É o equivalente narrativo de uma piscadinha de quem sabe que fez besteira, mas acha que o carisma resolve.</p>
<p>Jogar <em>Z-A</em> é viver num eterno tutorial: o jogo nunca confia que você entendeu, nunca te deixa improvisar, nunca te deixa só jogar. Tudo é guiado, ensaiado, domesticado com várias telas carteladas para garantir que você leu. E isso cansa mais do que qualquer grind.</p>
<h2 class="wp-block-heading">A história que parece briefing</h2>
<p>Em teoria, <a href="https://www.adrenaline.com.br/produto/games/pokemon-legends-z-a/">Pokémon Legends Z-A </a>tem uma trama: você faz parte de uma equipe endividada com agiotas e é forçado a trabalhar pra eles enquanto tenta salvar sua líder. </p>
<div class="wp-block-seox-sideline-featured-text-block alignleft"><div class="rich-text-content"><h2>Não há vilões, não há risco, não há urgência. Há diálogos</h2></div></div>
<p>Na prática, é só uma desculpa pra transformar exploração em expediente. </p>
<p>O jogo chama isso de missão, que eu chamaria de jornada corporativa. Os diálogos soam como memorandos, as ordens parecem e-mails que você não pediu pra receber.</p>
<figure class="wp-block-image size-full is-resized"><img decoding="async" width="686" height="386" src="https://www.adrenaline.com.br/wp-content/uploads/2025/11/hq720.jpg" alt="" class="wp-image-633758" style="width:840px;height:auto" srcset="https://www.adrenaline.com.br/wp-content/uploads/2025/11/hq720.jpg 686w, https://www.adrenaline.com.br/wp-content/uploads/2025/11/hq720-640x360.jpg 640w, https://www.adrenaline.com.br/wp-content/uploads/2025/11/hq720-150x84.jpg 150w" sizes="(max-width: 686px) 100vw, 686px" /><figcaption class="wp-element-caption">Divulgação/Game Freak</figcaption></figure>
<p>A história tenta soar adulta — fala de credores, contratos e “comunidade” —, mas tudo com a sutileza de um powerpoint motivacional. Não há vilões. Os agiotas são altruístas. A megacorporação que controla a cidade é retratada como benfeitora. É propaganda travestida de roteiro, um mundo sem conflito onde até a servidão vira “serviço à comunidade”.</p>
<p>No meio dessa fábula neoliberal, o jogo ainda inventa o <em>Z-A Tournament</em>, um sistema de ranking que funciona como reality show interno. Você luta à noite, sobe letras do alfabeto (de Z pra A) e ganha “pontos de reputação”. </p>
<p>Na teoria, é a espinha dorsal do jogo. Na prática, é uma sequência de batalhas contra NPCs com dois Pokémon e frases genéricas de incentivo. Um teatro de progresso, sem drama, sem risco.</p>
<p>E como já falamos, o loop é sempre o mesmo: dia de tarefas banais, noite de combates ranqueados, e o ciclo recomeça. Mesmo a tentativa de ironia no roteiro (aquele humor de quem sabe que está te prendendo) vira cinismo involuntário. <em>Z-A</em> quer ser “autoconsciente”, mas só parece um gerente tentando ser cool na festa da firma.</p>
<p>No fim, você entende finalmente que isso não é uma história sobre Pokémon. É sobre produtividade.</p>
<h2 class="wp-block-heading" id="h-feito-pra-trailer-nao-pra-jogar">Feito pra trailer, não pra jogar</h2>
<p>Nos trailers, <em>Z-A</em> parecia ter entendido o que significa evoluir: luz suave, reflexos nos prédios, câmera girando com segurança de blockbuster. Na prática, é aquele tipo de beleza que dura só até o menu sumir da tela.</p>
<p>No Switch 2, os 60 frames por segundo até enganam por um tempo. No Switch 1, o jogo tropeça nos 30 e entrega um show de pop-in: NPCs surgindo do nada, sombras piscando, texturas carregando com preguiça. É o Pokémon mais caro já feito, mas ainda parece um jogo que não terminou de renderizar.</p>
<figure class="wp-block-image size-full is-resized"><img decoding="async" width="686" height="386" src="https://www.adrenaline.com.br/wp-content/uploads/2025/11/hq720-2.jpg" alt="" class="wp-image-633759" style="width:840px;height:auto" srcset="https://www.adrenaline.com.br/wp-content/uploads/2025/11/hq720-2.jpg 686w, https://www.adrenaline.com.br/wp-content/uploads/2025/11/hq720-2-640x360.jpg 640w, https://www.adrenaline.com.br/wp-content/uploads/2025/11/hq720-2-150x84.jpg 150w" sizes="(max-width: 686px) 100vw, 686px" /><figcaption class="wp-element-caption">Divulgação/Game Freak</figcaption></figure>
<p>A ausência de voz continua sendo a piada mais antiga da franquia. As pessoas gesticulam, mexem a boca, mas nada sai. É como assistir a uma peça ensaiada sem som onde você entende o que acontece, mas sente vergonha alheia de estar ali.</p>
<div class="wp-block-seox-sideline-featured-text-block alignright"><div class="rich-text-content"><h2>O maior milagre de <em>Z-A</em> é rodar sem travar… E isso já virou elogio</h2></div></div>
<p>Visualmente, tudo brilha demais. As roupas são enceradas, os Pokémon parecem bonecos de vitrine, e a cidade inteira tem o mesmo ar falso de vitrine de shopping. De longe, é impressionante. De perto, é maquiagem.</p>
<p>Há algo triste nesse polimento. Parece o esforço de quem sabe que não tem substância, então tenta distrair com luz. É um desejo que evapora rápido. Um verniz que reluz bonito até o momento em que você aperta Start e percebe que nada ali foi feito pra durar mais que a cena para produzir um trailer.</p>
<h2 class="wp-block-heading" id="h-combate-e-a-novidade-que-finalmente-tenta-algo">Combate é a novidade que finalmente tenta algo</h2>
<p>O combate em tempo real de <a href="https://www.adrenaline.com.br/produto/games/pokemon-legends-z-a/">Pokémon Legends Z-A</a> é o primeiro sinal de que a Game Freak, talvez, tenha entendido o tamanho do problema da série há anos. </p>
<p>Felizmente, há um esforço legítimo em renovar o ritmo das batalhas para deixá-las mais próximas do animé e isso aparece de cara. Elas têm energia, impacto, e um senso de urgência que a série vinha evitando. A primeira vez que desviei de um golpe no reflexo, senti que algo tinha mudado: enfim, não era só escolher os mesmos golpes até vencer.</p>
<figure class="wp-block-image size-large"><img decoding="async" width="1200" height="661" src="https://www.adrenaline.com.br/wp-content/uploads/2025/11/gameplay-img-9-2x-1200x661.webp" alt="" class="wp-image-633760" srcset="https://www.adrenaline.com.br/wp-content/uploads/2025/11/gameplay-img-9-2x-1200x661.webp 1200w, https://www.adrenaline.com.br/wp-content/uploads/2025/11/gameplay-img-9-2x-640x353.webp 640w, https://www.adrenaline.com.br/wp-content/uploads/2025/11/gameplay-img-9-2x-768x423.webp 768w, https://www.adrenaline.com.br/wp-content/uploads/2025/11/gameplay-img-9-2x-150x83.webp 150w, https://www.adrenaline.com.br/wp-content/uploads/2025/11/gameplay-img-9-2x.webp 1368w" sizes="(max-width: 1200px) 100vw, 1200px" /><figcaption class="wp-element-caption">Divulgação/Game Freak</figcaption></figure>
<p>A estrutura lembra um híbrido entre ação e RPG tático. Você se move, ataca, alterna habilidades com cooldown e vê os Pokémon reagindo em tempo real. Quando funciona, é delicioso: ver o impacto de um Surf varrendo o cenário, ou coordenar um combo rápido antes do oponente recuperar terreno, dá uma sensação de controle que a série nunca teve. A direção é boa. Dá pra sentir o potencial.</p>
<blockquote class="wp-block-quote is-layout-flow wp-block-quote-is-layout-flow">
<p>Há boas ideias aqui, mas pouca liberdade para respirarem</p>
</blockquote>
<p>Mas o sistema ainda engasga na hora de ser fluido. A responsividade varia demais: golpes como Surf ou Flamethrower miram automaticamente, mas outros exigem posicionamento preciso e, por vezes, quebram o ritmo. </p>
<p>Seu Pokémon recua pra “alinhar” o ataque, demora pra reagir, e a troca de comando sofre com atrasos. É como dirigir um carro esportivo com câmbio automático. Rápido, mas com travas que lembram que ainda há um script por trás.</p>
<p>Os chefes “Rogue Megas” mostram o quanto a equipe quer experimentar. As arenas fechadas, as zonas de perigo e os padrões de ataque transformam as batalhas em algo mais tenso, quase de ação-aventura. </p>
<figure class="wp-block-image size-full"><img decoding="async" width="1920" height="1080" src="https://www.adrenaline.com.br/wp-content/uploads/2025/11/pokemon-legends-z-a-battle-system-tips-how-to-become-a-pokemon-battling-pro-8.large_.jpg" alt="" class="wp-image-633762" srcset="https://www.adrenaline.com.br/wp-content/uploads/2025/11/pokemon-legends-z-a-battle-system-tips-how-to-become-a-pokemon-battling-pro-8.large_.jpg 1920w, https://www.adrenaline.com.br/wp-content/uploads/2025/11/pokemon-legends-z-a-battle-system-tips-how-to-become-a-pokemon-battling-pro-8.large_-640x360.jpg 640w, https://www.adrenaline.com.br/wp-content/uploads/2025/11/pokemon-legends-z-a-battle-system-tips-how-to-become-a-pokemon-battling-pro-8.large_-1200x675.jpg 1200w, https://www.adrenaline.com.br/wp-content/uploads/2025/11/pokemon-legends-z-a-battle-system-tips-how-to-become-a-pokemon-battling-pro-8.large_-768x432.jpg 768w, https://www.adrenaline.com.br/wp-content/uploads/2025/11/pokemon-legends-z-a-battle-system-tips-how-to-become-a-pokemon-battling-pro-8.large_-1536x864.jpg 1536w, https://www.adrenaline.com.br/wp-content/uploads/2025/11/pokemon-legends-z-a-battle-system-tips-how-to-become-a-pokemon-battling-pro-8.large_-150x84.jpg 150w" sizes="(max-width: 1920px) 100vw, 1920px" /><figcaption class="wp-element-caption">Divulgação/Game Freak</figcaption></figure>
<p>No começo, é incrível ver um Mega gigante cercando seu time e obrigando você a se mover. Depois, a repetição pesa. Os golpes seguem padrões previsíveis, e o foco no treinador (não nos Pokémon_ quebra a fantasia do duelo. Ainda assim, é uma base sólida. Com ajustes de ritmo e inteligência artificial, há um embrião de futuro aqui.</p>
<p>A barra de Mega e os “Plus Moves” são outra boa ideia, porém ainda desequilibrada. O sistema recompensa agressividade e timing, o que é ótimo, sõ que o poder exagerado das Megas simplifica o desafio. Quando tudo gira em torno de encher a barra e ativar o bônus, a estratégia morre um pouco. É divertido, mas não sustentável.</p>
<p>O ponto é que o combate de <em>Z-A</em> não é ruim. Ele ainda é cru. É o primeiro protótipo de uma fórmula que pode, enfim, libertar Pokémon do turno estático e das animações recicladas. Ainda não é o jogo que a série precisa, mas é o mais perto que ela chegou de um verdadeiro recomeço.</p>
<h2 class="wp-block-heading">Conteúdo e duração: menos é pouco</h2>
<p><a href="https://www.adrenaline.com.br/produto/games/pokemon-legends-z-a/">Pokémon Legends Z-A</a> chega com <strong>aproximadamente 230 criaturas disponíveis</strong> no jogo base, um número que já parece modesto frente aos mais de mil monstros que a franquia acumulou ao longo das gerações. </p>
<p>O DLC, já anunciado e precificado, promete adicionar <strong>cerca de 150 Pokémon novos</strong>, além de <strong>40 a 50 Mega Evoluções inéditas</strong>, o que levanta a suspeita inevitável: conteúdo cortado para ser vendido depois.</p>
<p>A variedade de tipos existe, mas é rasa. Os biomas urbanos limitam a sensação de descoberta, pois os mesmos Pokémon aparecem em diferentes zonas com pequenas variações de cor ou comportamento. </p>
<p>Mesmo os novos Megas, embora visualmente curiosos, alternam entre o criativo e o bizarro. É a primeira vez em anos que a Game Freak realmente experimenta, mas o resultado vai do “finalmente algo novo” ao “talvez fosse melhor não”.</p>
<figure class="wp-block-image size-large"><img decoding="async" width="1200" height="675" src="https://www.adrenaline.com.br/wp-content/uploads/2025/11/pokemon-legends-z-a-battle-system-tips-how-to-become-a-pokemon-battling-pro-4.large_-1200x675.jpg" alt="" class="wp-image-633769" srcset="https://www.adrenaline.com.br/wp-content/uploads/2025/11/pokemon-legends-z-a-battle-system-tips-how-to-become-a-pokemon-battling-pro-4.large_-1200x675.jpg 1200w, https://www.adrenaline.com.br/wp-content/uploads/2025/11/pokemon-legends-z-a-battle-system-tips-how-to-become-a-pokemon-battling-pro-4.large_-640x360.jpg 640w, https://www.adrenaline.com.br/wp-content/uploads/2025/11/pokemon-legends-z-a-battle-system-tips-how-to-become-a-pokemon-battling-pro-4.large_-768x432.jpg 768w, https://www.adrenaline.com.br/wp-content/uploads/2025/11/pokemon-legends-z-a-battle-system-tips-how-to-become-a-pokemon-battling-pro-4.large_-1536x864.jpg 1536w, https://www.adrenaline.com.br/wp-content/uploads/2025/11/pokemon-legends-z-a-battle-system-tips-how-to-become-a-pokemon-battling-pro-4.large_-150x84.jpg 150w, https://www.adrenaline.com.br/wp-content/uploads/2025/11/pokemon-legends-z-a-battle-system-tips-how-to-become-a-pokemon-battling-pro-4.large_.jpg 1920w" sizes="(max-width: 1200px) 100vw, 1200px" /><figcaption class="wp-element-caption">Divulgação/Game Freak</figcaption></figure>
<p>Quanto ao tempo de jogo, quem seguir o caminho principal deve chegar aos créditos em <strong>20 a 25 horas</strong>. Completistas, que se arriscarem nas sidequests e na Pokédex, podem estender isso para <strong>35 ou 40 horas</strong>, no máximo. A duração é enxuta, mas o ritmo irregular faz o tempo parecer mais longo do que é e não necessariamente de um jeito bom.</p>
<p>Os <strong>lendários</strong> também ficaram longe de causar impacto. A presença de figuras como <strong>Mewtwo</strong> e <strong>Zygarde</strong> (em versões alternativas) funciona mais como fan service do que como eventos realmente marcantes. </p>
<p>Eles aparecem com pouco contexto, quase como troféus colecionáveis. É sintomático de <em>Z-A</em> como um todo: até quando tenta soar épico, o jogo parece apressado em acabar logo.</p>
<p>E para completar o pacote, o game chega e <strong>sem legendas em português do Brasil</strong>. Um descuido difícil de justificar em 2025, especialmente para um jogo dessa escala e preço. </p>
<h2 class="wp-block-heading">O preço do costume</h2>
<p>É curioso como o jogo começa leve e termina pesando no bolso. No início, você só quer capturar, explorar, entender a nova Lumiose. Quando percebe, já pagou <strong>R$ 349</strong> por isso e mais <strong>R$ 159</strong> pelo conteúdo extra anunciado antes mesmo do lançamento. A diversão passa, mas a conta fica. E ela é alta.</p>
<figure class="wp-block-image size-large"><img decoding="async" width="1200" height="675" src="https://www.adrenaline.com.br/wp-content/uploads/2025/11/pokemonlegendsza-review-blogroll-1760397288813-1200x675.webp" alt="" class="wp-image-633763" srcset="https://www.adrenaline.com.br/wp-content/uploads/2025/11/pokemonlegendsza-review-blogroll-1760397288813-1200x675.webp 1200w, https://www.adrenaline.com.br/wp-content/uploads/2025/11/pokemonlegendsza-review-blogroll-1760397288813-640x360.webp 640w, https://www.adrenaline.com.br/wp-content/uploads/2025/11/pokemonlegendsza-review-blogroll-1760397288813-768x432.webp 768w, https://www.adrenaline.com.br/wp-content/uploads/2025/11/pokemonlegendsza-review-blogroll-1760397288813-150x84.webp 150w, https://www.adrenaline.com.br/wp-content/uploads/2025/11/pokemonlegendsza-review-blogroll-1760397288813.webp 1280w" sizes="(max-width: 1200px) 100vw, 1200px" /><figcaption class="wp-element-caption">Divulgação/Game Freak</figcaption></figure>
<p>O valor seria justo se <em>Z-A</em> fosse um salto. Se mostrasse uma Game Freak disposta a arriscar, a gastar onde importa, a entregar um mundo vivo. </p>
<p>No entanto, o que recebemos é um jogo que custa como um <em>AAA</em>, embora tenha custado entre <strong>US$ 13 e 20 milhões</strong> para ser feito — uma fração mínima comparada às produções de mesmo preço nas prateleiras e ridiculamente pequena diante da <strong>maior franquia de entretenimento do planeta</strong>, avaliada em mais de <strong>US$ 100 bilhões</strong>. É um projeto de bolso vendido como obra-prima.</p>
<blockquote class="wp-block-quote is-layout-flow wp-block-quote-is-layout-flow">
<p>São quase R$500 por um jogo que ainda parece um protótipo</p>
</blockquote>
<p>São quase <strong>R$ 500</strong> por um rascunho com acabamento brilhante. E o mercado entende o recado. Pokémon não precisa ser excelente; só precisa existir. O nome sustenta tudo. A marca carrega uma fidelidade que a própria empresa parece testar a cada geração: quanto dá pra reduzir sem perder o público? O resultado é o mesmo de sempre: jogo novo, mesmas ideias, preço cheio.</p>
<p>Ainda assim, há lampejos do que poderia ser. O novo sistema de combate tem frescor, Lumiose tem instantes de encanto, e a base está ali, pedindo pra ser lapidada. Só falta ambição. Z-A poderia ter sido o ponto de virada, mas preferiu a segurança de parecer “novo” sem mudar nada.</p>
<p>Hoje, pagar caro por Pokémon virou quase um ato automático. A gente não compra mais uma aventura; compra a lembrança do que ela já foi. E essa, sim, é a parte mais cara da experiência.</p>
<figure class="wp-block-image size-full"><img decoding="async" width="1920" height="1080" src="https://www.adrenaline.com.br/wp-content/uploads/2025/11/kwwnzesg9xnvipjet4no.avif" alt="" class="wp-image-633764"/><figcaption class="wp-element-caption">Divulgação/Game Freak</figcaption></figure>
<h2 class="wp-block-heading" id="h-vale-a-pena-jogar-pokemon-legends-z-a">Vale a pena jogar Pokémon Legends: Z-A?</h2>
<p>Depende do que você está procurando. Se for novidade, não. Se for futuro, também não. <em>Z-A</em> não reinventa Pokémon, ele somente ensaia uma tentativa, meio tímida, meio promissora, de modernizar algo que ficou preso no tempo. </p>
<p>Mas se o que você quer é reviver a sensação de ver um Mareep pulando num telhado e lembrar de quando tudo parecia mais simples, talvez ainda valha.</p>
<p>É um jogo com boas ideias e execução apressada. O combate aponta para algo maior. A cidade teria potencial, contudo no fim temos pouco para fazer. A história flerta com temas adultos, mas não tem coragem de explorá-los. E a performance, embora estável, é a prova de que “funcionar” virou elogio demais para uma franquia desse tamanho.</p>
<p>O que mais incomoda é a acomodação. A Game Freak provou que ainda sabe onde estão as portas certas, só não quer abri-las. Prefere pintar o cenário, vender a entrada e chamar isso de revolução.</p>
<p>Mesmo assim, <a href="https://www.adrenaline.com.br/produto/games/pokemon-legends-z-a/">Pokémon Legends: Z-A</a> não é um desastre completo. É só o lembrete de um potencial enorme sendo guardado a sete chaves. Jogue se quiser ver para onde a série <em>poderia</em> ir, não para onde ela foi.</p>
<p>E talvez esse seja o maior dilema: a gente ainda joga Pokémon esperando um milagre… E se contenta quando ele apenas funciona.</p>
<div class="wp-block-seox-pros-cons"><div class="pros-cons-block-container">
<div class="wp-block-seox-pros-cons-cell"><div class="pros-block pros-cons-block-col"><div class="pros-cons-block-col-head"><small class="p-desk-bold">Prós</small></div>
<p>Combate em tempo real traz frescor à série</p>
<p>Performance estável no Switch 2, sem grandes bugs</p>
<p>Boa trilha sonora e ambientação sonora envolvente</p>
<p>Pequenos toques narrativos mais maduros</p>
<p>Mega Evoluções repaginadas adicionam variedade tática</p>
<p>Base sólida para futuras inovações na série</p>
</div></div>
<div class="wp-block-seox-pros-cons-cell"><div class="cons-block pros-cons-block-col"><div class="pros-cons-block-col-head"><small class="p-desk-bold">Contras</small></div>
<p>Estrutura repetitiva e linear, com pouca liberdade real</p>
<p>Visual datado e falta de ambição técnica em plena nova geração</p>
<p>Lumiose City é o único cenário e quase toda ela é fachada</p>
<p>Missões genéricas e sidequests sem impacto real</p>
<p>Mundo vazio, pouca exploração e quase nenhum segredo</p>
<p>Ausência total de dublagem, legendas em português e ritmo arrastado nos diálogos</p>
<p>DLC de R$159 parece conteúdo cortado do jogo base antes mesmo do lançamento</p>
<p>Relação custo-benefício fora do senso: cerca de R$500 pela experiência completa</p>
</div></div>
</div></div>
<p><em>Pokémon Legends: Z-A foi adquirido para Nintendo Switch 2 para a realização desta análise.</em></p>